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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

CIÊNCIA COGNITIVA NA SALA DE AULA

Retornando às atividades do Blog do Eduardo, retiro um artigo da Scientific American Brasil, que nos mostra alguns aspectos (básicos) sobre como a educação é vista e como ela pode ser melhorada.

CIÊNCIA COGNITIVA NA SALA DE AULA

    A maioria dos professores concordaria que é importante que os alunos se lembrem do que leem. Mas uma das coisas mais comuns em escolas e faculdades é vê-los debruçados sobre livros, marca-textos na mão, destacando passagens pertinentes – que geralmente acabam incluindo a maior parte da página. No final do semestre eles se preparam para as provas, voltando aos livros e relendo os blocos amarelos do texto.

    Pesquisas mostraram que destacar e reler textos estão entre as maneiras menos eficazes de os alunos se lembrarem do conteúdo que leram. Uma técnica muito melhor é fazer uma dinâmica em grupo. Em um estudo, alunos que leram determinado texto uma vez e tentaram lembrá-lo em três ocasiões tiveram notas 50% maiores nas provas que alunos que leram um texto e depois o releram três vezes. E ainda assim muitos professores insistem em encorajar – ou pelo menos em não desencorajar – as técnicas que a ciência provou ineficazes.

    Esse é apenas um sintoma do fracasso geral de integrar o conhecimento científico na escola. Muitas ideias comuns sobre educação desafiam princípios de cognição e aprendizagem. Um erro comum, por exemplo, é pensar que o ensino de conteúdo é menos importante que o de habilidades de pensamento crítico ou estratégias de resolução de problemas. Pesquisadores sabem há muito que crianças devem aprender as conexões entre letras e sons e que se beneficiam mais quando essa instrução é planejada e explícita. Mas alguns programas de leitura, mesmo os usados em grandes distritos escolares, só ensinam isso se o professor considerar necessário.

    É fácil dizer que os professores devem se esforçar mais para acompanhar a ciência, mas ensinar já é uma profissão muito trabalhosa. E é difícil para um não especialista separar pesquisas científicas da avalanche de falação e pseudociência. Vendedores de panaceias caras e supostamente baseadas em pesquisas científicas fazem lobby de produtos que podem ter validade científica mas ainda não foram profundamente testados. Teorias de aprendizagem matemática, por exemplo, sugerem que jogos de tabuleiro lineares (mas não circulares) aumentam a prontidão matemática em pré-escolares, mas a ideia precisa de testes em grande escala.

    Como os educadores devem saber quais práticas adotar? Uma instituição que consulte pesquisas e as resuma poderia resolver o problema. A medicina fornece um precedente: médicos praticantes não têm tempo para se manter atualizados com as dezenas de milhares de artigos de pesquisa publicados anualmente, capaz de sugerir uma mudança de tratamento. Em vez disso, eles confiam em sumários respeitáveis de pesquisas, publicados todo ano, que concluem se as evidências acumuladas apoiam mudanças na prática médica. Professores não têm nada semelhante a essas revisões competentes: eles estão por conta própria.

    O Departamento de Educação dos Estados Unidos (DOE, em inglês) tentou, no passado, levar rigor científico ao ensino. A câmara What Works, criada em 2002 pelo Instituto de Ciências Educacionais do DOE, avalia currículos, programas e materiais de sala de aula, mas seus padrões são estritos e professores não têm participação no processo de verificação, tampouco na avaliação – e isso é crucial. Cientistas podem analisar pesquisas, mas professores entendem de educação. O propósito dessa instituição seria o de produzir informações que possam ser usadas para modelar ensino e aprendizagem.

    É importante também que ideias fornecidas por uma instituição venham da ciência básica. Muitos professores precisam perder as noções de que crianças têm “estilos de aprendizagem” diferentes e que cérebro de menino é melhor em atividades espaciais que o de menina. Pode-se dizer que o trabalho de levar informações científicas precisas sobre cognição e aprendizagem a professores seja responsabilidade de faculdades de educação, estados, distritos e organizações profissionais de professores, mas essas instituições mostraram pouco interesse na função. Um conselho nacional de revisão neutro seria a resposta mais simples e rápida para um problema que é um grande obstáculo para a melhoria em muitas escolas.

Texto de Daniel T. Willingham

Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

SUICÍDIO - PARTE III


 (Foto: Rafael Sica)

ESTIGMA DA LOUCURA > Elefante na sala de estar

Suicídio já foi um tabu maior no passado, quando os jornais sequer falavam no tema por medo do efeito contágio. Anos de debates depois, ficou claro que, na verdade, a melhor forma de combatê-lo é exatamente falando sobre o assunto. “Há 20 anos, ninguém falava em câncer, Aids", diz Karen. "Hoje, por que as pessoas fazem exames preventivos do câncer? Porque essas doenças foram debatidas, houve mobilização e campanhas."

O problema do tabu é que as pessoas que tentam o suicídio são vistas como loucos, não como pessoas doentes que precisam desesperadamente de ajuda — e isso só serve para isolá-las ainda mais. Mônica Kother Macedo, psicanalista especializada em suicídio e professora da PUCRS, trabalhou diretamente com pessoas que tentaram se matar e uma das frases mais ouvidas foi “se eu dissesse o que passava na minha cabeça iam dizer que estava louco”. “Às vezes nem a pessoa leva seu sofrimento a sério”, diz Mônica.

Em mais de 90% dos casos de suicídio havia uma doença mental envolvida, sendo a depressão a mais comum. “As pessoas são capazes de ir ao médico por causa de rinite alérgica, mas não procuram ajuda para curar uma depressão. Elas veem isso como uma falência pessoal ou familiar, e não como uma doença, que tem cura, ao contrário da falência pessoal”, diz o psiquiatra Segal.

Outro obstáculo que isola ainda mais a pessoa com comportamento suicida são os mitos, como o de que quem fala em se matar não vai fazê-lo. “Pode ser que a pessoa esteja falando para chamar atenção, mas isso não é necessariamente negativo, ela está pedindo ajuda”, diz Carlos Felipe Almeida D’Oliveira, que foi coordenador da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio.

Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.386
Especialista em Gestão de Pessoas

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

SUICÍDIO - PARTE II

INTERNET > Entre trolls e anjos da guarda

A internet tem um papel ambivalente quando o assunto é suicídio. Por um lado, ela pode ser a origem dos problemas dos jovens que tiram a própria vida. Um caso bastante comentado no Brasil foi o de Júlia Rebeca, que em 2013 anunciou sua própria morte pelo Twitter depois que um vídeo íntimo seu com outra jovem e um homem foi divulgado no WhatsApp. Rebeca, que morava em Parnaíba, no Piauí, foi encontrada morta enrolada no fio do aparelho de fazer chapinha. Na mesma semana, uma adolescente de 16 anos se suicidou em Veranópolis, no Rio Grande do Sul, depois que um ex-namorado vazou suas fotos íntimas na internet. “Essa exposição provoca uma dor muito grande e, se os jovens não conseguem falar sobre isso com a família ou amigos porque vão sofrer rejeição, eles correm maior risco de entrar em depressão e cometer suicídio”, diz o psiquiatra Humberto Correa.

O bullying online já levou dezenas de jovens ao suicídio e fóruns virtuais oferecem até passo a passo para se matar. Um dos primeiros casos brasileiros de suicídio assistido foi do gaúcho Vinícius Gageiro Marques, que se matou em 2006. Marques foi orientado a usar o método barbecue, ou suicídio por inalação de monóxido de carbono. Ele consiste em manter duas grelhas queimando num local fechado e pequeno, como um banheiro. Marques pediu ajuda num grupo de discussão em inglês para saber como suportar o calor até desmaiar, e um bombeiro aposentado de Chicago lhe deu instruções. Foi uma amiga virtual do Canadá que percebeu o que estava acontecendo, ligou à polícia local e pediu que avisassem as autoridades gaúchas. Era tarde demais.

Por outro lado, nem tudo é tragédia na relação entre web e jovens suicidas. A americana Trisha Prabhu, de 13 anos, criou um projeto para combater o cyberbullying, que a levou a ser finalista na Feira de Ciências do Google realizada neste ano. Trisha criou o “Rethink” (repense, em inglês), um sistema de alerta que exige que as pessoas pensem duas vezes antes de postar algo prejudicial em redes sociais. A ideia surgiu depois que ela resolveu estudar o cérebro dos adolescentes e descobriu que ele não está completamente desenvolvido, o que faz com que os jovens sejam mais impulsivos. Trisha testou o alerta com voluntários e, segundo ela, 93% desistiram de divulgar imagens depois do alerta.

A internet também pode ser um lugar onde se encontra ajuda. “As pessoas sentem que não recebem atenção ou são julgadas. Aí falam conosco e se sentem aliviadas”, disse à GALILEU Adriana Rizzo, voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV), ONG de combate ao suicídio que recebe um milhão de ligações por ano no Brasil. A ONG também atende por e-mail, chat e Skype. Hoje, a internet corresponde a 20% das assistências, a maioria voltada a jovens.


Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

SUICÍDIO - PARTE I

 (Foto: Rafael Sica)


Suicídio é um assunto ainda tratado como tabu em nossa sociedade. Para tentar informar e alertar trago nesta postagem, que será particionada para não ficar cansativa a leitura, uma matéria apresentada na Revista Galileu, da editora Globo S/A.

A ERA DA AUTO DESTRUIÇÃO

Os jovens buscam cada vez mais no suicídio uma fuga para seus sofrimentos. Maior acesso a drogas, isolamento e perfeccionismo são algumas das explicações para o crescimento do problema.

"Eu fiz de conta que era um dia normal. Levantei, fui à escola, voltei para casa e subi no telhado do prédio. Meu pé direito já estava no ar. Bem quando ia pular, olhei para cima. Do outro lado da rua, uma família olhava para mim da janela do seu apartamento. Havia essa menininha com o olhar fixo em mim, e ela balançou a cabeça e cobriu o rosto. Por causa dela, não pulei.” Esse é o depoimento de um jovem de 20 anos que chegou à beira do suicídio em 2009 e mudou de ideia. O relato foi postado num tópico no site Reddit sobre os usuários da rede social que tentaram se matar. No início de outubro eram quase 10 mil comentários no tópico, boa parte relatos em primeira pessoa de uma epidemia silenciosa que não para de crescer no Brasil.

Segundo dados do Mapa da Violência 2014, a taxa de suicídio de jovens com idade entre 10 e 14 anos aumentou 40% no país nos últimos 10 anos. Entre os jovens com idade entre 15 e 19 anos, o crescimento foi de 33%. O Brasil é um exemplo de uma tendência que assola o mundo: o suicídio é a principal causa de morte entre jovens em um terço dos países. Por aqui, o suicídio está atrás de homicídios e acidentes de carro, com taxas 4 e 6 vezes maiores de mortes. O problema é que o assunto ainda é um tabu — e características da adolescência, como isolamento e alterações de humor, fazem com que o comportamento suicida muitas vezes passe batido para a família.

“O adolescente não tem uma visão crítica em relação ao prejuízo. Prepotência, despreocupação com o futuro e achar que aquilo não vai dar em nada os deixam vulneráveis”, diz Jair Segal, psiquiatra especialista em comportamento suicida. “Boa parte desses jovens é exposta mais precocemente a substâncias psicoativas, especialmente o álcool, usado para minimizar o sofrimento. E a sociedade está cada vez mais tolerante ao uso de álcool em todas as faixas etárias.”

O último Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), de 2013, aponta que 36% dos jovens consomem álcool de forma nociva — quatro doses ou mais em até duas horas. É um aumento de três pontos percentuais em relação há três anos, segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade Federal de São Paulo. Quando a bebida é aliada à depressão, doença que afeta quase um terço dos adolescentes, tem-se uma combinação perigosa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de doença e inaptidão de adolescentes no mundo.

Outro fator apontado como uma das causas do aumento nos suicídios é o excesso de aulas, cursos e esportes a que os jovens são submetidos. Trata-se de um estilo de vida que está sendo investigado por psicólogos que relacionam a epidemia ao perfeccionismo. Estudo divulgado no ano passado nos EUA apontou que 70% dos 33 meninos que tiraram a própria vida tinham exigências altas demais. “O adolescente muitas vezes sofre com uma imagem fantasiada dos pais e não tem espaço para ser quem ele é, além de não tolerar a frustração”, diz Karen Scavacini, psicóloga e fundadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio.

Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

SÍNDROME DE BURNOUT

A Síndrome de Burnout é "um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional" (FREUDENBERGER, H. J.).

Hoje em dia, a correria do dia-a-dia não nos deixa tempo para refletirmos sobre nossa saúde, tanto física quanto mental. E, muitas vezes, acabamos percebendo um "mal-estar" físico/mental, mas não sabemos o porquê. 

A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido.

São doze os estágios dessa síndrome:
1. Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz;
2. Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);

3. Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
4. Recalque de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
5. Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
6. Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
7. Recolhimento e aversão a reuniões (anti-socialização);
8. Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
9. Despersonalização (evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados etc);
10. Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
11. Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
12. E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.


Se você tirou um tempinho do seu dia para ler esta postagem, aprecie outros momentos de seu dia para procurar momentos de lazer, de descanso. Boa semana!


Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O QUE PODEMOS APRENDER QUANDO ESTAMOS NA MERDA

Publicação retirada do site "Entenda os Homens" do Terra. Vale a leitura.

O QUE PODEMOS APRENDER QUANDO ESTAMOS NA MERDA
Shit happens. Merdas acontecem. Contingit stercore, em latim. Nas melhores famílias – e nas piores também. A única diferença é a profundidade e a maciez do monte de merda. Uns dias, a gente pisa e mal suja a sola do chinelo. Outros dias, a única coisa que nos resta fazer é abrir os dedos, mais ou menos naquele espírito do clássico “está no inferno, abraça o capeta”. Afundou o pé na merda, abre os dedinhos e deixa ela te possuir.
Pode parecer loucura – e talvez até seja –, mas a merda tem o seu valor. E uma função social pra lá de nobre. Em primeiro lugar, ela é adubo – ou seja, é uma propulsora da fertilidade. E é justamente por isso que não é de se espantar que as melhores ideias geralmente surjam quando estamos na merda. Em segundo lugar, considerando que toda merda nada mais é do que um ex-prisioneiro agora liberto, apesar de fedida, ela é a representação da esperança e da iniciativa. Se ela está descontente dentro de um intestino qualquer, fará barulho até conseguir sair. E é isso que você, cara pálida, deveria fazer toda vez que se sentisse aprisionado – seja por um trabalho sacal ou por um relacionamento sanguessuga.
Mas é que a gente se julga tão superior que tem certeza de que pode controlar a merda. Esteja ela no intestino, esteja na cabeça. Agora é hora de focar no trabalho, depois eu resolvo essa merda. Agora eu quero descansar, depois eu dou um jeito nessa merda. Agora eu tô me divertindo, depois eu penso nessa merda. Mas de nada adianta maturar a merda. Seja dentro do intestino, seja dentro da cabeça, demorar a colocá-la no mundo só vai fazer o processo ainda mais doloroso. Só vai lhe render ou um par de hemorroidas, ou um par de noites mal dormidas. Só vai lhe fazer morrer de constipação ou morrer de desgosto. Só vai fazê-lo sujar as calças na frente da escola inteira e, então, entender que já é tarde demais.
E aí a gente aprende. Quem está na merda invariavelmente aprende. Cedo ou tarde, voluntária ou involuntariamente. A ser mais humilde. A ser mais sincero. A ser mais solidário. A se preocupar mais consigo mesmo. A ser mais comprometido com a própria felicidade. Não há processo de crescimento que não envolva estar na merda, meu amigo. Dar a volta por cima é arte. Estar na merda faz parte.
Nota da autora, que aprendeu essa historinha com uma amiga do trabalho: Era uma vez um passarinho friorento e perdido num pasto no inverno. Eis que uma vaca passa e caga nele. A princípio, ele fica bravo – afinal, está afundado em merda. Mas quando a merda começa a esquentá-lo, ele fica feliz. Tão feliz a ponto de cantar. É quando o gato descobre o passarinho escondido na merda e o come. Morais da história: nem sempre quem caga em você é seu inimigo. Nem sempre quem te tira da merda é seu amigo.
(Texto de Bruna Grotti)


Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS - FREUD (1900)

No livro "A Interpretação dos Sonhos" de 1900, Freud traz relatos de alguns outros pensadores sobre como são os sonhos e o que eles representam. Abaixo selecionei algumas passagens que achei interessante.

"Nos sonhos, a vida cotidiana, com suas dores e seus prazeres, suas alegrias e mágoas, jamais se repete. Pelo contrário, os sonhos têm como objetivo verdadeiro libertar-nos dela. Mesmo quando toda a nossa mente está repleta de algo, quando estamos deliberados por alguma tristeza profunda, ou quando todo o nosso poder intelectual se acha atribuído por algum problema, o sonho nada mais faz do que entrar em sintonia com nosso estado de espírito e representar a realidade em símbolos."

"O conteúdo de um sonho é, invariavelmente, mais ou menos determinado pela personalidade individual daquele que sonha, por sua idade, sexo, classe, padrão de educação e estilo de vida habitual, e pelos fatos e experiências de toda a sua vida pregressa."

"A experiência confirma nossa visão de que sonhamos com maior frequência com as coisas em que se centralizam nossas mais vivas paixões. e isso mostra que nossas paixões devem ter influência na formação dos nossos sonhos. (...) Todos os desejos e aversões sensuais adormecidos no coração podem, se algo os puser em movimento, fazer com que o sonho brote das representações que estão associadas a eles, ou fazer com que essas representações intervenham num sonho já presente."

"Podemos mesmo chegar a dizer que o que quer que os sonhos ofereçam, seu material é retirado da realidade e da vida intelectual que guia em torno dessa realidade... Quaisquer que sejam os estranhos resultados que atinjam, eles nunca podem de fato libertar-se do mundo real, e tanto suas estruturas mais sublimes como também as mais ridículas devem sempre tomar empréstimo seu material básico, seja do que ocorreu perante nossos olhos no mundo dos sentidos, seja do que já encontrou lugar em algum ponto do curso de nossos pensamentos de vigília - em outras palavras, do que já experimentamos, externa e internamente."


Eduardo S. Metz
Psicólogo - CRP 07/19.385
Especialista em Gestão de Pessoas